O Brasil é um país privilegiado pela sua riqueza natural, que abriga uma das maiores biodiversidades do mundo. São milhares de espécies de animais e plantas que vivem nos diversos biomas e ecossistemas brasileiros, muitas delas exclusivas do nosso território. Neste artigo, você vai conhecer algumas das espécies mais raras e exóticas da fauna e da flora do Brasil, que encantam pela sua beleza, singularidade e importância para o equilíbrio ambiental. Acompanhe!

A biodiversidade brasileira em números

Segundo o Ministério do Meio Ambiente¹, o Brasil possui cerca de 116 mil espécies de animais e 46 mil espécies de plantas conhecidas, o que representa 20% do total de espécies do planeta. Além disso, o Brasil é considerado um país megadiverso, ou seja, que possui uma grande variedade de ecossistemas, habitats e formas de vida.

A biodiversidade brasileira está distribuída pelos seis biomas terrestres (Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal) e três grandes ecossistemas marinhos (Zona Costeira e Marinha, Manguezais e Recifes de Coral). Cada um desses ambientes possui características próprias que favorecem a existência de diferentes espécies adaptadas às suas condições.

No entanto, a biodiversidade brasileira também enfrenta sérias ameaças, como o desmatamento, a poluição, as mudanças climáticas, a caça e a pesca predatórias, as queimadas, as invasões biológicas e o tráfico de animais silvestres. Esses fatores contribuem para a perda de habitats, a redução das populações e a extinção de espécies nativas.

Por isso, é fundamental conhecer e valorizar a nossa riqueza natural, bem como adotar medidas de conservação e uso sustentável dos recursos biológicos. A seguir, vamos apresentar algumas das espécies mais raras e exóticas da fauna e da flora do Brasil, que merecem a nossa atenção e respeito.

As espécies mais raras da fauna brasileira

O Brasil possui uma fauna diversificada e singular, com animais que chamam a atenção pela sua aparência, comportamento ou habilidades. Muitos desses animais são endêmicos, ou seja, só ocorrem no Brasil e em nenhum outro lugar do mundo. Outros são considerados raros por terem populações muito reduzidas ou ameaçadas de extinção. Veja alguns exemplos:

Arara-azul-grande

A arara-azul-grande (Anodorhynchus hyacinthinus) é a maior arara do mundo, podendo medir até um metro de comprimento e pesar até 1,5 kg. Ela se destaca pela sua plumagem azul vibrante com detalhes amarelos na face e na garganta. Essa ave vive na região do Pantanal e da Amazônia, onde se alimenta principalmente de castanhas-do-pará. Ela é considerada vulnerável à extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), pois sofre com a perda de habitat, a caça ilegal e o tráfico de animais silvestres.

Onça-pintada

A onça-pintada (Panthera onca) é o maior felino das Américas e o terceiro maior do mundo, depois do tigre e do leão. Ela pode medir até 2 metros de comprimento e pesar até 150 kg. Ela se caracteriza pela sua pelagem amarela com manchas pretas em forma de rosetas. Essa fera habita diversos biomas brasileiros, como a Amazônia, o Pantanal, o Cerrado e a Mata Atlântica, onde caça desde pequenos roedores até capivaras e jacarés. Ela é classificada como quase ameaçada pela IUCN, pois enfrenta a redução do seu território, o conflito com atividades humanas e a caça por causa da sua pele.

Mico-leão-dourado

O mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia) é um primata endêmico da Mata Atlântica, que vive em pequenos grupos familiares nas florestas de baixada do estado do Rio de Janeiro. Ele mede cerca de 25 cm de comprimento e pesa cerca de 600 g. Ele se destaca pela sua pelagem dourada e pela sua juba que lembra a de um leão. Ele se alimenta de frutos, insetos, pequenos vertebrados e néctar. Ele é considerado em perigo pela IUCN, pois sofre com a fragmentação e a degradação do seu habitat, além da predação por animais domésticos.

Peixe-boi-da-amazônia

O peixe-boi-da-amazônia (Trichechus inunguis) é o menor peixe-boi do mundo, podendo medir até 2,8 metros de comprimento e pesar até 480 kg. Ele é totalmente adaptado à vida aquática, tendo o corpo fusiforme, a pele grossa e sem pelos, as narinas fechadas por válvulas e a cauda em forma de remo. Ele vive nos rios e lagos da bacia amazônica, onde se alimenta de plantas aquáticas. Ele é classificado como vulnerável pela IUCN, pois sofre com a caça para consumo da sua carne e do seu óleo, a poluição das águas, a construção de hidrelétricas e a pesca acidental.

Lobo-guará

O lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) é o maior canídeo da América do Sul, podendo medir até 1,3 metro de comprimento e pesar até 30 kg. Ele se caracteriza pela sua pelagem avermelhada com as pontas das orelhas, o focinho e as patas pretas. Ele vive no Cerrado e em áreas abertas da América do Sul, onde se alimenta de frutos, roedores, aves e insetos. Ele é considerado vulnerável pela IUCN, pois sofre com a perda e a fragmentação do seu habitat, o atropelamento nas estradas, a caça por causa do seu couro e a perseguição por fazendeiros.

As espécies mais exóticas da flora brasileira

O Brasil possui uma flora exuberante e variada, com plantas que surpreendem pela sua forma, cor ou aroma. Muitas dessas plantas são endêmicas, ou seja, só ocorrem no Brasil e em nenhum outro lugar do mundo. Outras são consideradas exóticas por terem características incomuns ou curiosas. Veja alguns exemplos:

Vitória-régia

A vitória-régia (Victoria amazonica) é uma planta aquática que vive nos rios e lagos da Amazônia. Ela se destaca pelas suas folhas circulares que podem chegar a 2 metros de diâmetro e sustentar até 40 kg. As folhas possuem uma borda elevada que impede que a água escorra para cima. As flores são brancas ou rosadas e possuem um perfume adocicado. Elas abrem à noite e mudam de cor no dia seguinte. A vitória-régia é considerada uma planta sagrada pelos povos indígenas da região.

Orquídea-negra

A orquídea-negra (Maxillaria schunkeana) é uma orquídea endêmica da Mata Atlântica, que vive nas florestas úmidas do sudeste do Brasil. Ela se destaca pela sua flor negra com manchas brancas no labelo (parte inferior da flor). A flor mede cerca de 2 cm de diâmetro e exala um aroma semelhante ao de chocolate. A orquídea-negra é considerada uma planta rara e ameaçada de extinção pela sua beleza exótica.

Carnívora

A carnívora (Drosera magnifica) é uma planta carnívora endêmica da Serra do Espinhaço, em Minas Gerais. Ela se destaca pelo seu tamanho gigante, podendo chegar a 1,5 metro de altura. As folhas são alongadas e cobertas por glândulas que secretam um líquido pegajoso que atrai e captura pequenos insetos. A flor é branca e possui cinco pétalas. A carnívora foi descoberta em 2012 por um pesquisador que a encontrou em uma foto postada na internet por um orquidófilo. Ela é considerada uma planta muito rara e vulnerável à extinção pela sua distribuição restrita e pela destruição do seu habitat.